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02 março 2012

Na posse de Crivella, Dilma defende política de coalizão ampla do governo



Publicação: 02/03/2012 14:23 Atualização: 02/03/2012 15:09
A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta sexta-feira (2) a política de coalizão do governo ao dar posse ao senador do PRB, Marcelo Crivella (RJ), no cargo de ministro da Aquicultura e Pesca. “A constituição de alianças políticas é fundamental para que o Brasil seja administrado, governado de forma democrática e, ao mesmo tempo, que o governo represente os interesses da nação”. E mandou um recado para os críticos: “não há contradição em governar baseado em uma coalizão. Isso só é contraditório para aqueles que não percebem que é possível e necessário, quando se chega ao governo eleito pelo voto popular, falar para todos os brasileiros”.

Segundo Dilma, a chegada de Crivella significa o reconhecimento do PRB na grande coalização que se estruturou em torno do governo dela. E representa, também, o retorno do partido à aliança que, no mandato de Luiz Inácio Lula da Silva foi representado pelo vice-presidente José Alencar. "Crivella passa a ser integrante do governo e tenho certeza do apoio dele no esforço conjunto para a realização de grandes tarefas", disse Dilma.

A presidente se emocionou e ficou com a voz embargada ao agradecer o trabalho do ministro que saiu, Luiz Sérgio. Deputado federal pelo PT do Rio de Janeiro, Luiz Sérgio reassumirá o mandato na Câmara Federal. “Nós temos certeza de que, ao longo do caminho, muitas vezes somos obrigados a prescindir de grandes colaboradores”, lamentou a presidenta.

29 fevereiro 2012

PF prende pelo menos 20 envolvidos em exploração de caça-níqueis



Agência Brasil

Publicação: 29/02/2012 13:20 Atualização: 29/02/2012 13:28
A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta quarta-feira (29/2), pelo menos 20 pessoas, durante a Operação Monte Carlo, que desmontou uma quadrilha que explorava máquinas caça-níqueis e pagava propina para agentes públicos de segurança. Entre os presos está o chefe do grupo, Carlinhos Cachoeira, empresário de Goiânia. As investigações, iniciadas há 15 meses, apontam que o líder da quadrilha concedia a donos de galpões clandestinos, localizados em cidades goianas, uma espécie de “licença” de exploração dos pontos onde as máquinas eram instaladas.

Entre os presos está Carlinhos Cachoeira, suspeito de ser o líder do esquema. Ele teria pago propina a Waldomiro Diniz, então assessor da Casa Civil no começo do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Em janeiro de 2011, a Justiça Federal aceitou denúncia do Ministério Público Federal no Distrito Federal contra Diniz e outras sete pessoas, entre as quais Cachoeira, acusadas de tráfico de influência e corrupção durante negociações para renovação do contrato entre a Caixa Econômica Federal (CEF) e a empresa multinacional de processamento de loterias GTech, em 2003.

Segundo o delegado da Polícia Federal Matheus Rodrigues, coordenador da operação, a quadrilha operava há 17 anos com a conivência de agentes de segurança de Goiás. “Os mandantes nunca tiveram uma ação contra eles. Contavam com [a conivência de] policiais militares, civis, rodoviários e federais e de agentes públicos. Os policiais eram pagos para que os criminosos pudessem fazer a exploração sem intervenção”, explicou. De acordo com a PF, policiais civis e militares que participavam do esquema se encarregavam de fechar os locais que não contavam com a autorização do chefe da quadrilha.

Ele disse que a operação começou com a apreensão de caça-níqueis na cidade goiana de Valparaíso, que fica a 35 quilômetros de Brasília. A partir daí, a investigação avançou. 

O procurador da República de Goiás Daniel Rezende Rodrigues disse que a quadrilha só conseguiu atuar durante todo esse tempo porque os policiais envolvidos vazavam informações de qualquer operação relativa a caça-níqueis. “Agentes de segurança eram responsáveis por informar à organização criminosa operações que poderiam estar sendo desenvolvidas contra ela. A partir disso, a sociedade e o Estado se tornam vulneráveis ao crime”, disse.

Segundo o procurador, a quadrilha tinha um esquema sofisticado de atuação em Brasília e em Goiás. Rodrigues disse ainda que em 2006 houve uma tentativa de fazer uma operação para desarticular a quadrilha, mas a informação vazou.

Os responsáveis pela operação informaram que em um dos livros de contabilidade havia dados de pagamento de propina e que um soldado chegava a ganhar R$ 200 reais por dia de trabalho para a quadrilha e recebia ainda a gasolina para fazer a ronda. Eles também informaram que o valor da propina variava de acordo com o cargo da pessoa. Um delegado da Polícia Civil chegava a receber R$ 4 mil reais por mês.

A Polícia Federal cumpre 35 mandados de prisão, 37 de busca e apreensão, além de dez ordens de condução coercitiva (para tomada de depoimento). As buscas ocorrem em Brasília, em várias cidades goianas, entre elas, a capital, Goiânia, além do Rio de Janeiro, do Pará e de Mato Grosso.